Argentina na final da Copa: relembre as decisões dos argentinos

Das cinco finais que disputaram, sul-americanos venceram apenas duas

Argentina Maradona, campeão do mundo em 86
Maradona, campeão do mundo em 86 (Foto: Divulgação/ Conmebol)

Campinas, SP, 14 – Bicampeã mundial, a Argentina se classificou mais uma vez à decisão da Copa do Mundo, ao derrotar a Croácia por 3 a 0 nas semifinais. A seleção aguarda o vencedor do confronto entre França e Marrocos nesta quarta-feira. Será a sexta decisão que os sul-americanos disputarão desde que a competição foi fundada pela Fifa, há 92 anos. Messi, capitão e camisa 10, vai em busca de seu primeiro título mundial.

Ao se classificar para a decisão no Catar, a Argentina igualou o feito da Itália, com seis finais. Somente Brasil (7) e Alemanha (8) jogaram a última partida do Mundial mais vezes do que os sul-americanos. A França, um dos possíveis adversários dos argentinos em 2022, disputou duas finais, com dois títulos conquistados. O Estadão relembra todas as cinco decisões argentinas em Copas, das quais três foram contra a Alemanha.

1930 – URUGUAI 4 X 2 ARGENTINA

O Uruguai, então bicampeão olímpico, foi escolhido pela Fifa para sediar a primeira Copa do Mundo da história. Com apenas 13 participantes, Argentina e a seleção do país-sede chegaram à decisão com 100% de aproveitamento e com campanhas semelhantes: argentinos e uruguaios avançaram à final após golearem EUA e Iugoslávia, respectivamente, por 6 a 1.

A partida, que era marcada por rivalidade, mostrou sua tensão antes mesmo do apito inicial. Uruguai e Argentina discutiram sobre qual modelo de bola seria utilizado na decisão. Ao final, decidiu-se que no primeiro tempo seria o argentino Tiento, enquanto no segundo o modelo em campo foi o uruguaio T-Model. Curiosamente, a Argentina venceu os 45 minutos iniciais por 2 a 1, enquanto os uruguaios inverteram o placar na reta final, fechando o placar em 4 a 2.

O Estádio Centenário, construído para o Mundial, recebeu mais de 93 mil torcedores na decisão. Em Buenos Aires, após a derrota da seleção argentina, uma embaixada uruguaia foi apedrejada por torcedores.

1978 – ARGENTINA 3 X 1 HOLANDA

A Argentina só voltaria a uma final para conquistar seu primeiro título mundial, 48 anos após seu vice-campeonato. Dessa vez, a seleção tinha o país-sede como um fator a seu favor. À época, a nação vivia uma ditadura militar sob o comando do general Jorge Rafael Videla, que ascendeu ao poder por meio de um golpe de Estado que depôs a presidente María Estela Martínez de Perón.

Dentro do campo, a Copa era uma possibilidade de a Argentina desviar os olhares dos crimes cometidos em seu regime aos olhares do mundo. A seleção avançou à final após golear o Peru por 6 a 0, resultado que eliminou o Brasil. O placar da partida levantou a suspeita de combinações de resultados, visto que apenas a goleada classificaria a Argentina à decisão.

Na final, os hermanos enfrentaram a Holanda, então vice-campeão mundial, mas que não tinha Cruyff em seu elenco. Após empate em 1 a 1 no tempo normal, a Argentina marcou dois gols na prorrogação para garantir seu primeiro título mundial. Mario Kempes, que hoje leva o nome do estádio em Córdoba, palco da última decisão da Copa Sul-Americana, anotou dois gols na decisão, foi o artilheiro da Copa e eleito o craque da competição.

1986 – ARGENTINA 3 X 2 ALEMANHA OCIDENTAL

A Copa do Mundo de Diego Armando Maradona. Capitão e camisa 10 da Argentina, “El Díos” teve, no Mundial disputado no México em 1986, um dos melhores desempenhos individuais de um jogador em Copas. Ao todo, Maradona marcou cinco gols e deus cinco assistências em sete partidas nesta Copa.

Antes de chegar à decisão, a partida contra a Inglaterra por 2 a 1 nas quartas de final foi a grande exibição de Maradona e da seleção argentina. O duelo tinha uma rivalidade prévia, com o conflito entre as nações pelas Malvinas, ilha localizada na América do Sul, próxima à Argentina. Maradona marcou dois gols históricos neste jogo: o primeiro, com a mão, ficou conhecido como “La Mano de Dios”, enquanto o segundo é considerado por muitos como o gol mais bonito do último século, com o camisa 10 driblando, a partir de seu campo defensivo, toda a defesa inglesa.

Na decisão, a Argentina venceu a Alemanha Ocidental por 3 a 2, no Estádio Azteca. José Luis Brown e Valdano abriram o placar para os sul-americanos, mas Rummenigge e Völler empataram a decisão para os alemães no segundo tempo. Próximo da reta final da partida, Maradona, marcado por quatro, encontrou Burruchaga para garantir o título da Argentina, o segundo em oito anos.

1990 – ALEMANHA OCIDENTAL 1 X 0 ARGENTINA

Pela primeira vez, e até hoje única, duas seleções se enfrentavam na decisão em duas Copas consecutivas. No Mundial disputado na Itália e marcado pela menor média de gols da história, Alemanha e Argentina chegaram à final após eliminar grandes seleções no mata-mata. Os sul-americanos derrotaram o Brasil e os mandantes, enquanto a Alemanha eliminou Inglaterra e Bélgica, sensação em 1986, até seu caminho para a decisão.

A final traduziu a tendência de uma Copa do Mundo com poucos gols. Na reta final do segundo tempo, a Alemanha encontrou um pênalti, controverso segundo os argentinos. Brehme converteu e impediu o tricampeonato argentino. Foi a primeira decisão de Copa que terminou com o placar de 1 a 0.

2014 – ALEMANHA 1 X 0 ARGENTINA

No segundo Mundial disputado no Brasil, Alemanha e Argentina decidiram, pela terceira vez, o título da Copa do Mundo. As seleções foram as que mais vezes se enfrentaram em uma final. Liderados por Messi, eleito melhor jogador da competição, os sul-americanos eliminaram Suíça, Bélgica e Holanda até chegar à decisão, já a Alemanha teve como maior feito a goleada de 7 a 1 sobre a seleção brasileira.

Neuer Hummels Higuaín
Alemanha bateu a Argentina na final da Copa do Mundo de 2014 (Foto: Divulgação / FIFA)

Na final, assim como 1990, o placar foi o mínimo possível. No Maracanã, Argentina e Alemanha desperdiçaram chances de garantir o título nos 90 minutos. Götze, que entrou em campo aos 43 minutos do segundo tempo, anotou o gol da vitória na prorrogação, que resultou no tetracampeonato alemão.

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