Campinas, SP, 9 (AFI) – Calma & calma. Muita calma nesta hora, apesar da eliminação do Brasil na Copa do Mundo do Catar, fato que se deu através da definição em cobranças de pênaltis, após empate sem gols no tempo regulamentar e o placar por 1 a 1 durante a prorrogação.

Antes de você usar o fígado em vez do racional, pondere que o futebol brasileiro já não brilha como outrora. Claro que está no nível dos oito que chegaram à fase quartas de final, mas a partir daí de fato tudo poderia ocorrer.

A Seleção Brasileira teve chance de “matar o jogo” durante o segundo tempo e na prorrogação, mas não soube aproveitá-las.

Em vez de críticas sobre quem finalizou sem sucesso, reconheça que o goleiro da Croácia Livakovic cresceu naqueles lances e praticou defesas notáveis.

1º TEMPO IGUAL

Logo no início, quem esperava a Croácia encolhida em seu campo de defesa se equivocou.

A válvula de escape era através do seu lateral direito Juranovic, que fazia transição em alta velocidade, sem o devido acompanhamento.

Além disso, o time contava com um meia autêntico, como Modric, que tem sabedoria para organizar as jogadas de trás e se sobressair pela precisão nos passes.
Como a Croácia tocava a bola com acerto, a marcação brasileira na cabeça da área ficou desprotegida, apenas com Casemiro e Lucas Paquetá para o desarme.

Assim, se até os 20 minutos a Croácia jogou de igual por igual, depois disso o time brasileiro passou a controlar mais o jogo, sem que isso resultasse em chances reais, exceto em desdobramento de jogadas quando Vini Júnior e Neymar finalizaram sem aproveitamento.

DESGASTE DA CROÁCIA

No segundo tempo, o Brasil impôs um ritmo mais acelerado e foi achando espaços para penetrar na área adversária.

Aí começaram a surgir oportunidades de gols, barradas pelo goleiro Livakovic em duas finalizações tanto de Neymar como de Paquetá, e outra através de Vini Júnior.

Naquele período, era nítido o desgaste físico de vários jogadores da Croácia, que três dias atrás enfrentaram uma prorrogação na partida diante do Japão.

Já não se via as insinuantes descidas ao ataque de Juranovic e a Croácia se valia da boa distribuição em campo para marcação e clara proposta de empurrar a partida à prorrogação.

GOLAÇO DE NEYMAR

Embora o Brasil tivesse sido melhor durante o primeiro tempo da prorrogação, a primeira chance real de gol foi da Croácia, não aproveitada, aos 12 minutos.

Sem que Neymar colocasse em prática todo o seu talento, organizou e concluiu jogada fantástica quatro minutos depois, quando trocou passes com Rodrygo e Paquetá, para ainda driblar o goleiro Livakovic antes do arremate: Brasil 1 a 0.

Quando a vitória brasileira parecia definida na segunda etapa da prorrogação, faltando quatro minutos para o encerramento, em contra-ataque pela esquerda, Petkovic finalizou com sucesso após receber o cruzamento.

ERROS NOS PÊNALTIS

Na definição através dos pênaltis, a lógica indicava que Neymar fosse abrir a cobrança para os brasileiros, mas repassaram a atribuição para Rodrygo, com defesa de Livakovic.

Como a Croácia tinha cem por cento de aproveitamento em suas cobranças, cabia ao zagueiro Marquinhos alongar a esperança dos brasileiros na última cobrança, mas o chute rasteiro, na trave, decretou o fim da passagem do Brasil no Catar.

DRAMA ARGENTINO

E que drama dos argentinos, que precisaram definir classificação à semifinal em cobranças de pênaltis, após um jogo supostamente ganho diante da Holanda!

Com a vantagem por 2 a 0 até instantes finais da partida, eis que a tática holandesa de alçar bola à área argentina, para grandalhões que haviam entrado, surtiu efeito com o um gol de cabeça e outro de forma inacreditável aos 55 minutos do segundo tempo através de Weghorst, decorrente de um fato inédito em Copa do Mundo.

Com direito à cobrança de uma falta a cerca de um metro e meio da entrada da área argentina, quando se esperava chute direto, naquela altura resolveram fazer jogada ensaiada e deu certo, com o gol de empate: 2 a 2.

Argentina está classificada para a semifinal contra a Croácia.

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