Croácia tem time operário, com defesa forte, espírito de luta e muito fôlego
O novo time ainda precisa amadurecer e se provar segundo o técnico Zlatko Dalic
São Paulo, SP, 09 – Esqueça a Croácia vice-campeã mundial em 2018 que foi batida apenas pela França na edição passada. No Catar, o rival do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo mudou. São 18 atletas novos em relação ao time que chegou até a decisão na Rússia e um estilo de jogo mais conservador.
“Em 2018 tínhamos um time que jogava junto havia dez anos. Nós precisamos ter tempo para amadurecer. Nossa seleção é nova e tem que se provar. A Copa do Mundo é uma excelente oportunidade para isso”, sentenciou o técnico Zlatko Dalic.
No entanto, o maestro da equipe continua na ativa. Luka Modric, jogador de grande refinamento técnico, além de muita “resiliência” e “persistência”, nas palavras de Tite.
Se Modric é o cérebro do meio de campo, a Croácia tem dois “operários” no setor: Mateo Kovacic e Marcelo Brozovic. Eles deixaram o setor mais dinâmico em comparação com o período em que a seleção tinha Rakitic por ali.
FORÇA DEFENSIVA
Kovacic e Brozovic são os pulmões do time, principalmente o segundo. Ele percorreu, em quatro partidas e mais 30 minutos de prorrogação contra o Japão, 56,2 km. Só diante dos japoneses, foram 16,7 km.
Os dois são os guardiões do meio de campo e facilitam o trabalho da zaga, que levou apenas dois gols em quatro jogos na Copa, assim como o Brasil. Na retaguarda estão o experiente Lovren, de 33 anos, e o jovem Josko Gvardiol, de 20.
Avaliado em 90 milhões (R$ 500 milhões), o defensor do RB Leipzig faz um Mundial brilhante que lhe credencia a se transferir para algum gigante europeu em breve. Foi Gvardiol que, na fase de grupos, salvou a Croácia da eliminação ao tirar um gol de Lukaku aos 47 minutos do segundo tempo da partida contra os belgas.
O atacante Kramaric, autor de dois dos cinco gols croatas na Copa, e o goleiro Dominik Livakovic, que se consagrou nos pênaltis ante os japoneses, são outros destaques do time do Leste Europeu, além de Perisic, ponta do Tottenham.
A seleção comandada por Zlatko Dalic chegou até as quartas de final invicta, mesmo apresentando um futebol oscilante. No Grupo F, se classificou na segunda posição, com dois empates e uma vitória. Nas oitavas de final, empate por 1 a 1 com o Japão e vitória na decisão de pênaltis.
A Croácia passou a ser conhecida por sobreviver a prorrogações, isso mesmo com alguns de seus craques envelhecidos. Modric, Lovren, Perisic, Kramaric e Brozovic têm mais de 30 anos. Eles foram titulares contra o Japão na última segunda-feira e já haviam sido na final de 2018.
ESTRATÉGIA
A ideia no education City Stadium, nesta sexta-feira, é “cozinhar” o Brasil, com cadência quanto tiver a bola e compactação de espaços sem ela. Para a seleção brasileira, o cenário será semelhante ao que enfrentou contra Sérvia e Suíça, na primeira fase. Muito diferente do que encarou diante dos sul-coreanos, que deram espaços e foram arrasados em apenas 35 minutos de jogo.
Se for preciso aguentar mais 30 minutos adicionais para se classificar, os croatas o farão. “O Brasil tem uma rápida recuperação da bola, mas podem acontecer problemas quando eles não têm a bola. É importante que cubramos todo o campo e mantenhamos o mesmo nível de concentração”, alertou o técnico Zlatko Dalic.
Ele e Modric compartilham do mesmo pensamento. “Não devemos ficar satisfeitos só de ter chegado às quartas. Temos nossos pontos fortes.”
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