'Cão de guarda' da seleção brasileira, Casemiro alia regularidade e eficiência

Na Copa, o jogador foi titular nas três partidas em que o Brasil entrou com força máxima

Brasil 1 x 0 Suíça
Casemiro fez um golaço. Foto: Lucas Figueiredo - CBF

São Paulo, SP, 09 – O volante Casemiro é um dos mais regulares jogadores da seleção brasileira desde que Tite assumiu, há mais de seis anos. Contando esta Copa do Mundo, são 88 convocações e 66 partidas disputadas. Ao todo, Casemiro já jogou 5.037 minutos pela equipe nacional, 293 deles no Catar. Do grupo que está no Mundial, é o quinto que mais defendeu o País.

Na Copa, o jogador foi titular nas três partidas em que o Brasil entrou com força máxima. Sua imposição em campo e técnica no passe são fundamentais para o estilo da seleção, em que todos devem ter obrigação de defender e, quando possível, de atacar.

Brasil 1 x 0 Suíça
Casemiro fez um golaço. Foto: Lucas Figueiredo – CBF

“Muitas pessoas falam do sistema defensivo, que é a linha de quatro, primeiro volante, mas sempre gosto de falar que o sistema defensivo começa lá na frente”, disse Casemiro. “A bola estourando lá, fica mais fácil para defendermos. Sem dúvida é importante o trabalho que eles fazem lá na frente para a bola chegar mais tranquila atrás. O primeiro start, que nós falamos no futebol, é o 9 lá na frente junto com os atacantes de beiradas.”

EFICIENTE

Quando ele é acionado, contudo, a eficiência aparece. Casemiro tem 84% de acerto nos passes nesta Copa do Mundo e vence três de cada quatro disputas pelo alto. Seus números corroboram a opinião da principal referência técnica do time, Neymar.

“Casemiro é o melhor volante do mundo”, exaltou o atacante dias atrás. E Tite assina embaixo. “Tenho por hábito respeitar opiniões e não comentá-las, mas essa eu vou me permitir: eu concordo com o Neymar”, declarou o treinador.

O volante é um dos líderes da seleção. Em campo, Casemiro sorri pouco, mas gesticula muito orientando o posicionamento dos companheiros.

No meio do ano, quando Casemiro deixou a equipe espanhola do Real Madrid e se transferiu para o Manchester United, o meia Luka Modric, principal jogador da Croácia, escreveu uma carta aberta ao brasileiro a pedido do jornal Marca e definiu o amigo como “o melhor guarda costas do mundo”.

Os dois costumam trocar elogios públicos, inclusive. Há alguns dias, o volante foi questionado sobre quem ele gostaria de ter ao seu lado nas partidas. A pergunta visava saber se a preferência era por Fred ou Paquetá no meio campo da seleção brasileira, e para fugir da resposta o volante brincou: Modric e Kroos, seus ex-companheiros de Real Madrid.

Os dois atuaram juntos no Real Madrid por quase uma década, período em que desenvolveram uma grande dupla no meio de campo e, também, uma grande amizade fora dele. Hoje, estarão em lados opostos.

DECISIVO

Muito do que Casemiro joga hoje se deve ao treinador italiano Carlo Ancelotti, seu técnico em diferentes épocas no Real Madrid. Coincidência ou não, Tite é admirador declarado do italiano.

Casemiro é um dos principais responsáveis por dar equilíbrio à equipe. Ajudar os companheiros na marcação no meio de campo é o seu primeiro trabalho. Mas, se tiver oportunidade, gosta de dar uma “beliscada” na frente.

Na vitória diante da Suíça, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa no Catar, Casemiro foi mais do que um marcador implacável; ele também foi decisivo. Ainda que seus números atacando sejam bem mais modestos do que defendendo – são seis chutes a gol na Copa do Catar, sendo que apenas metade deles tomou a direção da meta -, partiu do pé dele o gol da vitória por 1 a 0.

A partida se encaminhava para um final com placar em branco quando o volante apareceu de surpresa na área e chutou para fazer o gol da vitória. Foi apenas seu sexto com a camisa da seleção, mas certamente um dos mais importantes da carreira. Foi o primeiro gol de Casemiro numa Copa.

Hoje, Casemiro vestirá a camisa da seleção pela 67.ª vez, mas apenas a primeira numa partida válida pelas quartas de final de uma Copa do Mundo. Na última edição, ele estava suspenso para o jogo válido pela mesma fase do Mundial. Na ocasião, o Brasil perdeu para a Bélgica e foi embora da Copa.

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