Ari na Copa: Calma! Reserva é reserva; titular é titular.

Camarões mereceu vencer? Claro que não. Foi típico jogo para empate. Os africanos criaram, na prática, duas chances, e em cabeçadas.

Vão falar por aí que o time brasileiro perdeu um caminhão de gols. Caminhão? Exagero. Só teve uma grande chance com Bruno Guimarães

Camarões 1 x 0 Brasil - Catar
Brasil, de Daniel Alves e reservas, não segurou Camarões. Foto: Rodrigo Villalba

Campinas, SP, 2 (AFI) – Ari na Copa. Justificativas sobre esta derrota do Brasil para Camarões por 1 a 0, você vai ler e ouvir aos montes. Vão falar por aí que o time brasileiro perdeu um caminhão de gols. Caminhão? Exagero.

Gol perdido, mesmo, foi do volante Bruno Guimarães, aos 52 minutos do segundo tempo.

O fato de Guimarães acertar cabeçada fraca para defesa do goleiro Epassy, não foi chance perdida.

Os menos avisados vão rasgar elogios ao goleiro africano Epassy, como se ele de fato tivesse praticado defesas sensacionais.

Pra ser generoso, considere defesa com grau de dificuldade naquele chute rasteiro do zagueiro Militão, aos 11 minutos do segundo tempo, visto que estava com visão encoberta por vários jogadores, e mesmo assim teve reflexo para se esticar e evitar que a bola entrasse.

Cabeçadas do atacante Martinelli e volante Bruno Guimarães?

Bola fraca, plenamente defensável.

Chute fraco do atacante de beirada Antony ou finalização de Martinelli em cima do goleiro Epassy?

Camarões 1 x 0 Brasil
Brasil decepcionou com os reservas. Foto: Rodrigo Vilallba

JOGO PRA EMPATE

Camarões mereceu vencer?

Claro que não. Foi típico jogo para empate.

Os africanos criaram, na prática, duas chances, e em cabeçadas.

Aos 47 minutos do primeiro tempo, Bryan Mbeumo acertou testada indefensável, com bola quicando no gramado e dificultando a defesa do goleiro Ederson, mas ele se esticou com incrível precisão e praticou a defesa.

Outro lance foi o gol, já nos acréscimos do segundo tempo, aos 47 minutos, quando, Mbekeli ganhou na velocidade do improvisado Marquinhos na lateral-esquerda, cruzou, e Aboubakar apareceu entre os zagueiros Militão e Bremer, para testar de forma indefensável e marcar o gol que deu a vitória a Marrocos.

A vibração foi tanta que arrancou a camisa e foi expulso, pois já havia recebido cartão amarelo, deixando a sua equipe com um a menos por sete minutos.

RESERVA É RESERVA

Calma, pessoal! Não precisa apelar sobre o comportamento da Seleção Brasileira.

Leve em conta que titular é titular; reserva é reserva.

Quando se muda totalmente a equipe, a queda de rendimento é sintomática, quer pela condição técnica dos jogadores, quer pela falta de entrosamento.

Foi assim com Brasil, França, Espanha e Portugal nesta primeira fase da Copa do Mundo do Catar.

E nesta lambança de poupar titulares, quem deve estar ‘pooor aqui’ é o Uruguai, pois dependia de um lógico resultado de vitória de Portugal sobre a Coreia do Sul, mas ocorreu exatamente ao contrário, e ele dançou.

A Espanha, com essa ‘gracinha’ de poupar titulares contra o Japão, colocou até a sua classificação em risco com a derrota, mas, por sorte, contou com ajuda da espanada Costa Rica, que permitiu a virada da Alemanha.

Foi assim que os espanhóis se salvaram.

VOLUME DE JOGO

Ao longo da partida desta sexta-feira, o Brasil teve mais volume de jogo diante do selecionado de Marrocos, com os devidos cuidados defensivos.

No primeiro tempo, a Seleção Brasileira ameaçou justamente quando os africanos achavam ser possível se soltar um pouco.

Aí sofreram contra-ataques, puxados pelo meio-campista brasileiro Rodrigo, pois a marcação estava desajustada e poderia ter sido surpreendido.

No segundo tempo, devido aos contínuos erros de passes dos brasileiros, os africanos se assanharam e rondaram mais vezes a área adversária, porém registro para contundência apenas nos dois lances citados.

Segunda-feira vem a Coreia do Sul, e aí são outros quinhentos.

E se o Brasil passar, a probabilidade de enfrentar o Japão, nas quartas de final, é real.

Justo o Japão, uma pedra no sapato de Alemanha e Espanha.

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