Por que o VAR validou o segundo gol do Japão contra a Espanha na Copa?

Aos 5 minutos do segundo tempo, Mitoma foi lançado na linha de fundo e se esticou para cruzar a bola para trás

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Por que o VAR validou o segundo gol do Japão contra a Espanha na Copa? (Giuseppe Cacare/AFP)

São Paulo, SP, 02 – De forma surpreendente, o Japão venceu a Espanha por 2 a 1 na última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo do Catar. Contudo, o segundo gol japonês, marcado por Tanaka, segue gerando dúvidas quanto sua legalidade. O gol da virada só foi confirmado após análise do VAR, que checou se a bola havia saído, após ter sido anulado em campo. Por fim, foi validado e a seleção japonesa confirmou o triunfo e o primeiro lugar no Grupo E, eliminando a Alemanha.

Aos 5 minutos do segundo tempo, Mitoma foi lançado na linha de fundo e se esticou para cruzar a bola para trás. Na pequena área, Tanaka finalizou para as redes. Porém, em campo, o árbitro da partida, o sul-africano Victor Gomes, anulou o lance, afirmando que a bola havia saído de campo pela linha de fundo antes de Mitoma realizar o cruzamento. Após checagem, o VAR corrigiu a decisão do juiz e validou o gol.

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Por que o VAR validou o segundo gol do Japão contra a Espanha na Copa? (Giuseppe Cacare/AFP)

O lance gerou bastante polêmica com opiniões divergindo quanto à validade do gol. Segundo a regra, a bola precisa ultrapassar totalmente a linha de fundo para estar fora de jogo. A polêmica foi justamente a forma utilizada para inferir se havia ou não parte da circunferência da bola em uma direção perpendicular à linha de fundo.

Mesmo com a “Al Rihla” sendo equipada com sensores e um chip, capazes de detectar se ela cruzou a linha de gol e de determinar o momento em que ela entra em movimento após um passe, contribuindo para a tecnologia do impedimento semiautomático implementada pela Fifa nesta Copa, eles não conseguem fornecer a posição da bola em relação às linhas laterais e de fundo. Foi aí que o VAR entrou na análise.

A equipe de arbitragem de vídeo teve de realizar uma análise visual para determinar se a bola havia cruzado a linha de fundo ou não. Após verificarem diversos ângulos e traçarem as respectivas linhas de parâmetro, a equipe do VAR orientou a validação do gol.

Porém, a impressão de que a bola estava fora do campo pode ser explicada por um fenômeno denominado paralaxe, que é muito comum em áreas como a física e a astronomia, e que também aparece no futebol. Este mesmo conceito é utilizado para traçar as linhas do VAR na checagem de impedimentos, levando em consideração que a tecnologia semiautomática ainda não está disponível em todas as ligas do mundo.

ENTENDA A PARALAXE

O conceito da paralaxe é definido pela aparente mudança de localização de um objeto conforme é observado por quem está posicionado em locais diferentes. O fenômeno explica porque em diversos casos nem sempre o ângulo da câmera apresentado em uma transmissão de TV para os telespectadores é o ideal para se chegar a uma conclusão em um lance.

Em muitas ocasiões, há uma impressão pelas imagens da transmissão que um jogador está em posição legal, por exemplo, mesmo que as linhas traçadas pelo VAR apontem uma posição irregular, ou vice-versa.

Atualmente, os impedimentos são analisados da seguinte forma: a empresa responsável pela geração das imagens utilizadas na transmissão recupera o lance em questão e forma as linhas que vão ser traçadas pelo árbitro de vídeo no “retrato” da jogada. O responsável pela cabine do VAR então indica os pontos de referência que serão usados para o traçado, como por exemplo o pé direito de um defensor e o tronco do autor do gol, indicando a irregularidade por meio do conceito da paralaxe.

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