Moriyasu celebra vitória do Japão e avisa: "Podemos ganhar no cenário mundial"
Plano inicial do Japão era segurar placar sem tomar gols, mas no final conseguiu a vitória.
Técnico japonês vê o time com condições de surpreender ainda mais na Copa.
Campinas, SP, 01 – Oito dias depois de estarrecer o mundo do futebol ao derrotar a Alemanha, de virada, por 2 a 1, com gols, praticamente na sequência, o Japão dobrou o seu estoque de surpresas. No mesmo International Khalifa Stadium em que já tinha escrito história, derrotaram a Espanha, também por 2 a 1, em nova virada fulminante para terminar a fase de grupos como líderes do Grupo E. Apesar de passar grande parte do duelo com os espanhóis na defensiva, o técnico Hajime Moriyasu afirmou que pode surpreender novamente e fez questão de ressaltar o espírito de luta de sua seleção, que jamais desistiu de acreditar na vitória e na vaga às oitavas – encara a Croácia na segunda-feira.
“Para a Ásia e o Japão, as nossas vitórias contra Espanha e Alemanha, duas das melhores equipes do mundo, dão grande confiança de que podemos ganhar (títulos) no palco mundial”, enfatizou. “Há muito o que aprender, mas e
Estamos muito satisfeitos”, seguiu, elogiando seus jogadores.
“Apesar de nossa postura muito defensiva no primeiro tempo, o mérito da nossa equipe foi nunca deixar de perseverar”, disse Hajime Moriyasu. “Nossos jogadores insistiram, souberam mudar a sua forma de jogar e acabaram por surpreender a Espanha”, seguiu.
Depois de sair atrás por 1 a 0, gol de Morata, Moriyasu teve uma boa conversa com os jogadores no vestiário. E fez suas substituições, com Ritsu Doan e Kaoru Mitoma entrando no lugar de Kubo e Nagatomo. A dupla, que já tinha tornado o time mais perigoso nos contra-ataques na partida contra a Alemanha, mudou a atitude da seleção japonesa.
“Os meus jogadores conseguiram virar a página (após derrota para Costa Rica). Jogamos como equipe, unidos, e aumentamos com isso nossa chance de ganhar. Tinha muita gente nos apoiando e este triunfo é para eles, a todo o povo do Japão”, afirmou o treinador, extremamente satisfeito.
Se do banco de reservas, Moriyasu tentava incentivar e organizar seu time, por outro, ele próprio acompanhava inquieto o que acontecia na partida entre Alemanha, no estádio Al-Bayt. “Houve um momento em que o empate nos interessava para passar para as oitavas”, reconheceu, “Mas, durante muito tempo, só a vitória nos servia.”
Ele conta que foi inevitável não se lembrar de seus tempos de jogador, quando a seleção japonesa, da qual fez parte nos anos 1990, foi eliminada da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, por causa de um gol no final da partida, que definia a vaga contra o Iraque.
Herói do dia, o atacante Tanaka contou que o plano inicial do Japão era segurar o 0 a 0. “O problema é que não éramos capazes de interceptar a bola e tivemos que mudar de atitude no segundo tempo”, contou. “Fomos perigosos para atacar e soubemos nos defender: merecemos a vitória.”
Mesmo assim, quem olhar as estatísticas da partida não entenderá como foi possível uma equipe que ficou 82,3% do tempo de jogo com a bola nos pés e trocou 1.058 passes (contra apenas 228 dos japoneses) e criou o dobro de chances de gol (12 para a Espanha, 6 para o Japão) ter perdido o jogo.
“Atuamos como uma só equipe, solidária”, disse Tanaka. “Nós, os samurais azuis, gostamos de jogar como uma só equipe e de nos ajudar. E já estamos nos preparando para o nosso próximo jogo, já que queremos ir mais longe neste Mundial.”
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