Técnico ignora futebol feio da Polônia: "O que importa é que classificamos"
"O que importa é que estamos classificados para as oitavas de final depois de muito tempo."
A última vez que a Polônia se classificou para as oitavas de final de uma Copa do Mundo foi em 1986
Campinas, SP, 30 – A última vez que a Polônia se classificou para as oitavas de final de uma Copa do Mundo foi em 1986. Faz tanto tempo que Zbigniew Boniek, o destaque da equipe, hoje é um senhor bigodudo, com 66 anos. Mas, entre aquele time que, comandado pelo seu craque, jogava um futebol vistoso e a equipe que vai encarar a França, no sábado, no estádio Al-Thumama, há uma enorme diferença. Agora a seleção aposta em tática defensiva e o técnico Czeslaw Michiniewicz não se importa com o estilo feio. “O que importa é que estamos classificados para as oitavas de final depois de muito tempo.”
Contra a Argentina, os poloneses tinham como plano encurtar os espaços e não se importar com que os habilidosos argentinos faziam. Tudo deu certo durante os primeiros 45 minutos. Tão certo que aos 39 minutos, Szczesny defendeu uma cobrança de pênalti do astro Lionel Messi. As intenções dos poloneses na partida eram claras: defender em bloco, sem conceder espaços. Uma rara exceção era Robert Lewandowski, artilheiro e craque do time, que ficava isolado na frente.
O problema para a Polônia e para Szczesny é que logo no início do segundo tempo, Mc Allister marcou o gol que acabou com o plano de Michiniewicz, de encurtar os espaços e prender a bola. “Depois do gol da Argentina, o ritmo de jogo mudou”, admitiu. As coisas ficaram ainda mais tensas para a Polônia quando Julián Álvarez acertou um forte chute de pé direito, marcando o segundo gol argentino. Naquela altura do jogo, vinham notícias inquietantes do estádio Lusail: concorrente direto por uma das vagas do Grupo C, o México ia vencendo a Arábia Saudita por 2 a 0.
Michiniewicz e sua comissão técnica começaram, então, a prestar atenção aos critérios de desempate entre equipes com o mesmo número de pontos, saldo de gols e melhor ataque, os critérios de desempate. Inclusive os cartões amarelos e vermelhos, já que o México podia igualar as marcas dos poloneses. “Quando Krychowiak foi punido com um cartão, tive que substituí-lo”, revelou o técnico.
Mas, para seu alívio, os argentinos reduziram o ritmo. E no Lusail, o saudita Al-Dawsari diminuiu o placar, acabando com as chances de os mexicanos seguirem adiantes. Aliviado, o técnico polonês admitiu a inferioridade técnica em uma noite em que Lewandowski foi apagado. “Tentamos jogar contra a Argentina, mas não conseguimos”, disse Michiewicz. “Para marcar, Lewandowski precisa receber bolas e nós não tivemos a possibilidade de servi-lo.”
Agora, os poloneses não terão muito tempo para comemorar: o adversário das oitavas será a toda poderosa França, que virá com time completo e com suas estrelas como Mbappé e Griezmann. “Quando comecei como treinador, um dos técnicos que mais me marcou foi um filme em que Aymé Jacquet ganhou o Mundial de 1998: e ele era muito criticado pelos jornais de lá, como LÉquipe e Le Figaro”, contou. “É um time sempre perigoso, forte fisicamente e rápido, e que pode ganhar de qualquer um.”
Mas, para o técnico da Polônia, isso não importa. “Não tirem a nossa alegria, podemos não jogar o melhor futebol do mundo, mas o que importa é que nos classificamos, depois de 36 anos, para as oitavas de final. E no futebol é o resultado o que importa.”
Fernando Valeika de Barros, especial para AE
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