Vini ou Fred? Saiba por que Tite mantém mistério no Brasil para estreia na Copa
O time já está definido, mas a comissão técnica insiste em não dar qualquer indício sobre quem irá alinhar contra os europeus
São Paulo, SP, 24 – No grupo de jogadores da seleção brasileira que está no Catar, mais de um terço é formado por atacantes. São nove entre os 26 convocados, sendo de longe, o setor com mais possibilidades de formação. Por isso, ainda causa espanto em muita gente a dúvida criada por Tite entre escalar Vinicíus Jr. ou Fred diante da Sérvia nesta quinta-feira, na estreia do Brasil na Copa do Mundo.
O time já está definido, mas a comissão técnica insiste em não dar qualquer indício sobre quem irá alinhar contra os europeus. Dez jogadores estão praticamente garantidos, mas falta saber se o 11º será o atacante Vinícius Jr., eleito o melhor jogador brasileiro na temporada, ou o volante Fred.
O simples fato de Tite cogitar um volante em detrimento a um atacante que vem encantando a Europa mostra que o treinador segue firme em sua filosofia de jogo – a que tem o equilíbrio como mantra -, ainda que isso signifique povoar o banco de reservas com atacantes muito acima da média.
“Eu quero bater em uma tecla de equilíbrio, ela é fundamental. Na vida, não só no esporte”, disse Tite logo após anunciar a lista de convocados, no início do mês. “Há uma versatilidade e priorizamos atletas importantes no meio para frente, mas não foge da ideia de equipe equilibrada. Para vencer em alto nível, precisa de criação e gol. Isto não quer dizer que consistência defensiva não gera o ponto de equilíbrio para vencer.”
Tite mantém esse entendimento mesmo que algumas das partidas mais vistosas da seleção no ciclo que levou ao Catar tenham ocorrido quando ele escalou jovens e habilidosos atacantes. Eram atletas que nunca tinham sido convocados ou que tiveram poucas chances até então. Foi assim com Raphinha, Antony e o próprio Vinicius Jr, que até ano passado era reserva na seleção e jogava poucos minutos.
Raphinha, por exemplo, foi titular pela primeira vez no ano passado, em jogo pelas Eliminatórias. De cara, marcou dois gols e foi o principal destaque na goleada por 4 a 1. Este ano, a melhor partida do Brasil até aqui foi diante do Chile, no Rio. Tite armou aquele time com Vinicius Jr., Neymar e Antony no ataque.
DIFERENÇA
A grande diferença daquela partida de março, no Maracanã, para a desta quinta, no Lusail, é que uma foi meramente protocolar – o Brasil já estava garantido no Mundial – e a outra vale por uma estreia na Copa do Mundo.
Nesta quinta, se optar por escalar Fred, Tite colocará Paquetá mais avançado pelo setor esquerdo. Trata-se de uma formação que já foi usada várias vezes e, como tal, se apresenta como um porto seguro para a comissão técnica.
A escolha, porém, terá impacto no jeito de a equipe jogar. “Quando joga o Vini ou o Martinelli do lado, a gente ganha velocidade no jogo. Quando joga o Paquetá, a gente joga mais com a bola nos pés, sem tanta aceleração. Cada um tem uma característica diferente do outro, e cada jogo pede uma coisa”, pontua Raphinha.
De qualquer forma, o time já está definido – mesmo que não anunciado. “Fizemos treinos bem didáticos aqui. A partir da chegada em Doha, passamos a trabalhar em cima das qualidades e defeitos da Sérvia. Sabemos o time que vai jogar e sabemos as mudanças que possivelmente vamos fazer. Nos sentimos seguros. Agora é levar para o campo”, assegurou o auxiliar Cléber Xavier.
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