Tem narrador(a) de televisão imaginando estar no rádio

São vícios que essa nova geração de narração esportiva de televisão transporta do rádio, sem que os respectivos diretores alertem para o descuido.

Se na televisão todos estão vendo o lance, por que narrador(a) insiste em redundância? Fatos comuns nas atuais narrações

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Alemanha perdeu do Japão. Foto: Divulgação

Campinas, SP, 23 (AFI) – Está certo que uma transmissão de futebol de televisão, na voz do narrador Sílvio Luiz – hoje em inatividade – fica por vezes até debochada, mas nem de longe ele ignorava a capacidade do telespectador de enxergar a localização da bola no gramado.

Imagine se Sílvio Luiz diria bola alongada na esquerda, como uns de outros (ou outras), da nova geração, teimam em falar. Inadmissível, também, subestimar a capacidade do telespectador distinguir passe do lançamento, mas subestimam.

Dizer que a jogada transcorre pelo lado esquerdo do campo cabe ao locutor de rádio, partindo-se do pressuposto que através do veículo quem cria a imagem ao ouvinte é quem narra.

Se na televisão todos estão vendo o lance, por que narrador(a) insiste em redundância?

Convenhamos, também , que é um despropósito, na narração de TV, citarem que determinado jogador enfrenta a marcação de dois contrários.

Ora, se as camisas são diferentes, a imagem já responde pelo ocorrido.

VÍCIOS

São vícios que essa nova geração de narração esportiva de televisão transporta do rádio, sem que os respectivos diretores alertem para o descuido.

E se não alertarem, você vai continuar ouvindo narrador(a) de televisão, no complemento da jogada, aumentar o volume da voz pra descrever que a cabeçada de sicrano foi para fora, ou o chute passou longe do gol.

Bons tempos em que o saudoso repórter de rádio Renato Silva ensinava aos seus discípulos a sequer repetirem a discrição de jogadas do narrador, e sempre procurarem fala complementar, preferencialmente repercutindo bate-boca de jogadores em lances críticos.

Pois é, os tempos são outros.

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