Paulista A2: Portuguesa Santista celebra 105 anos com bonita história

História de lutas do clube que disse não ao racismo e ao Apartheid na década de 50

Um dos clubes mais queridos do Estado de São Paulo, a Portuguesa Santista está completando neste domingo, 20 de novembro, 105 anos de vida

briosa 105 anos
Portuguesa Santista, 105 anos de histórias (Arte: Divulgação/Briosa)

Santos, SP, 20 (AFI) – Um dos clubes mais queridos do Estado de São Paulo, a Portuguesa Santista está completando neste domingo, 20 de novembro, 105 anos de vida. A Briosa integra o triunvirato de tradicionais clubes santistas – ao lado do Jabaquara e o Santos Futebol Clube. Orgulha-se de ser um dos fundadores da Federação Paulista de Futebol, ao lado de Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Portuguesa Desportos, Jabaquara, Nacional, Juventus, e o antigo Comercial FC, da capital paulista.

A história da Briosa começa em 1914, período onde virou tradição a formação de clubes através descendentes estrangeiros na baixada santista – sírios, espanhóis e italianos (Jabaquara era Espanha).

Mas a proposta da fundação de uma equipe legitimamente lusitana de Santos veio em 1917, por um grupo de portugueses que começou na barbearia de Alexandre Coelho (rua Joaquim Távora): os lusitanos Lino do Carmo, Manuel Ribeiro Antônio Peixoto, Albino Marques estiveram entre os idealizadores que junto com outros desportistas fundaram em 20 de novembro de 1917, a Associação Portuguesa Santista.

O clube já nasceu com 37 associados, que formaram a primeira diretoria, presidida por Lino do Carmo e vice, José de Mello, como lembram os historiadores no site oficial da Briosa.

Portuguesa Santista Briosa
Portuguesa Santista persiste amor em seus torcedores (Foto: Flavio Hopp / Portuguesa Santista)

“VAQUINHA” PARA PRIMEIROS UNIFORMES

As cores, que homenageariam a bandeira lusitana como não poderiam deixar de ser, foram o rubro-verde. Mas outro fato interessante foi que a nova agremiação nasceu superando problemas.

Foi preciso a união dos associados com uma contribuição mensal cada um de 2 mil réis (valor que equivaleria hoje a R$ 270), por mês para confeccionar os primeiros uniformes. O tempo passou e o time luso praiano foi crescendo. O clube obteve benção da primeira bandeira e passou a ter uma sede fixa na rua João Pessoa, na cidade de Santos.

NÃO AO RACISMO E AO APARTHEID

A Portuguesa Santista também marcou seu nome internacionalmente contra o racismo e o Apartheid. Em 1959, a Lusa santista fez uma excursão pela África que vivia o período do racismo e do Apartheid. Na oportunidade, segundo a história do clube, a Briosa jogaria uma partida contra uma seleção da Cidade do Cabo, na África do Sul.

No entanto, depois de ter dificuldades de desembarcar para o jogo, os organizadores não queriam que os jogadores da Lusa, como Nenê, Bota e Guilherme entrassem em campo: eram negros. A Portuguesa não aceitou essa posição, se negou a entrar em campo em protesto contra o racismo e seguiu a sua excursão.

A atitude Lusa foi elogiada na época pelo presidente da república, Juscelino Kubitschek, e segundo o site do clube, teria sido a primeira vez que o Brasil se posicionava oficialmente contra o regime do Apartheid.

BRIOSA NA COPA

A Portuguesa Santista teve grandes jogadores que se destacaram em sua história. Coube ao meio-campista Argemiro, a primazia de ser primeiro jogador santista defendendo a Briosa em 1938, a jogar na Copa do Mundo da França.

O meia da Briosa atuou na partida onde o Brasil fez 2 a 1 na Checoslováquia. Outro jogador ex-Briosa de destaque foi Elba de Pádua Lima, o Tim, que jogou pela seleção brasileira e também fez uma grande carreira do Fluminense.

Torcida da Portuguesa está ansiosa para saber do elenco
Torcida da Portuguesa está ansiosa para novos tempos (Foto: Gustavo Machado/Portuguesa Santista)

ATUAL DIRETORIA

A Portuguesa Santista, que jogará em 2023 a Série A2 do Paulista, tem como presidente Sérgio Ornellas Schlicht, e vice, Emerson Alexandre Coelho Albano.

A executiva da Briosa tem ainda o assessor da presidência: Rui Sérgio Gomes de Rosis, o diretor de futebol, Emerson Alexandre Coelho Albano, a diretora jurídica, Gisele Fernandes, o diretor social e cultural, Marco Alexandre Coelho Albano, e o diretor de comunicação e marketing, Douglas de Araujo Teixeira.

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