Guarani criou pouco, mas teve eficiência para chegar ao gol
Valorização de posse de bola, rapidez em contra-ataques, compactação da equipe, jogada ensaiada com o lateral Jamerson para cabeceio de Yuri Tanque
A reação do Guarani no segundo turno da competição desembocou numa aposta tática bem-sucedida do treinador Mozart Santos
Campinas, SP, 13 (AFI) – Quando a bola para de rolar, como nesta final de Campeonato Brasileiro da Série B, favorece ao torcedor exercer princípio de racionalidade e avaliar prós e contra de sua equipe.
No caso específico do Guarani, a reação no segundo turno da competição desembocou numa aposta tática bem-sucedida do treinador Mozart Santos, que passou por valorização de posse de bola, rapidez em contra-ataques, compactação da equipe, jogada ensaiada com o lateral-esquerdo Jamerson para cabeceio do centroavante Yuri Tanque e, convenhamos, uma dose de sorte bem-vinda.
A malha de marcação ficou consistente, de forma que os adversários tivessem poucas chances de gols.
Como o Guarani carece do driblador impetuoso, a boleirada foi mentalizada e treinada para arriscar finalizações de fora da área, e bola aérea na aposta de que assim Yuri Tanque pudesse resolver.
Peguemos como exemplos os cinco últimos jogos da equipe na competição, com construção de placar magro em quatro deles, e um empate pela contagem mínima em outro.
CRB E LONDRINA
A vitória sobre o CRB, em Campinas, veio apenas aos 43 minutos do segundo tempo, quando o volante Richard Rios, de cabeça, livre de marcação, na entrada da pequena área, explorou a falha do goleiro Diogo Silva, que ficou parado no lance.
Foi um jogo em que, afora outra chance desperdiçada pelo mesmo Rios, em chute torto, a equipe bugrina não criou chance real de gol.
Diante do Londrina, também no Estádio Brinco de Ouro, sem que Yuri Tanque estivesse inspirado, um dos preciosos cruzamentos de Jamerson encontrou a cabeça do zagueiro João Victor, e vitória bugrina por 1 a 0.
Observem: raríssimas chances criadas, contrastando com o início da competição, quando o time criava e não convertia.
Naquele jogo, chances bugrinas atribuídas a duas falhas consecutivas do instável goleiro Matheus Albino, e não aproveitadas por Yuri e Isaac, embora um chute forte de Jamerson, de longa distância, a bola balançou o travessão
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CRUZEIRO: EXPULSÕES
O jogo contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte, foi atípico, pois o adversário terminou o primeiro tempo com dois jogadores a menos, por expulsões, a primeira delas discutível.
Foi quando, numa das raras oportunidades criadas, o meia-atacante Isaac converteu na saída do goleiro Rafael Cabral: Guarani 1 a 0.
BAHIA: EMPATE
Na condição de visitante diante do Bahia, o Guarani arrancou empate por 1 a 1, através de gol de pênalti, em lance que a bola cruzada resvalou no braço de jogador do time mandante.
Na prática, o Guarani ainda teve mais duas chances naquela partida.
Na primeira, em chute de Isaac, a bola foi interceptada pelo zagueiro Luiz Otávio.
Por fim, numa cabeçada do zagueiro João Victor, o goleiro Mateus Claus foi obrigado a praticar defesa difícil, enquanto o Bahia teve seis chances – uma delas com bola na trave – e só aproveitou uma delas em cobrança de pênalti.
CHAPECOENSE
Como a sorte ajuda quem ‘madruga’, o Guarani venceu a Chapecoense em jogo fraco, quando na prática duas chances foram criadas pelos bugrinos.
Antes do gol do atacante Edson Carioca de cabeça, com falha do goleiro Saulo, apenas um chute do também atacante Bruno José, já dentro da área, em cima do goleiro, que praticou a defesa.
Portanto, sem demérito ao funcional esquema tático colocado em prática por Mozart Santos, desta vez o Guarani contou com enorme dose de sorte em aproveitamento das raras oportunidades criadas, nas citadas partidas, o que garantiu, sempre, placar magro.