Ao golear a Ponte Preta, Cruzeiro prova porque é o melhor da Série B
Raposa tem um amplo repertório de opções e na Macaca alguns jogadores estavam abaixo do normal e Hélio dos Anjos fez as suas trapalhadas
Goleada? Isso não estava nos prognósticos até do fanático bugrino, que torce fervorosamente contra a rival. Como explicar a virada?
Campinas, SP, 28 (AFI) – É preciso dar a mão à palmatória e se render às evidências sobre o acerto das casas de apostas do País, que apontavam favoritismo do Cruzeiro diante da Ponte Preta, mesmo com a partida marcada para o Estádio Moisés Lucarelli, na noite desta quarta-feira.
Goleada? Isso não estava nos prognósticos até do mais fanático bugrino, que torce fervorosamente contra a rival.
E como explicar esta goleada cruzeirense por 4 a 1, e de virada?
Primeiro, ele dispõe de um elenco com diversidade de opções.
Diferentemente, a Ponte Preta conta apenas com um time aceitável, mas sem reservas qualificados.
E jogadores pontepretanos que costumam fazer a diferença estavam em noite apagadíssima, com o meia Élvis e atacante Lucca.
Não bastasse isso, do lado do Cruzeiro o treinador Paulo Pezzolano coloca em prática um repertório de compactação, facilidade para explorar os lados do campo, atacantes com capacidade de enfrentar goleiros e acrescenta a opção do jogo aéreo ofensivo.
HÉLIO DOS ANJOS
Na Ponte Preta, até o seu treinador Hélio dos Anjos também fez as suas trapalhadas.
Ao sacar o atacante Nicolas, após a falha bisonha em lance que originou o segundo gol dos mineiros, de certo passa a contar com desconfiança de seus jogadores.
Nicolas havia substituído o lesionado Fessin aos 24 minutos do primeiro tempo, e foi sacado também aos 24 minutos, naturalmente do segundo tempo, cedendo lugar para Bruno Alves, que nada acrescentou.
Exceto uma convincente justificativa de que Nicolas tivesse se lesionado, a alteração fica condicionada a exposição de culpa do jogador em lance que supostamente a bola ‘escoaria’ pela linha de fundo. Mas o esperto lateral Bidu ganhou a jogada, meio-campista Felipe Machado cruzou e o centroavante Edu, no segundo pau, nas costas do zagueiro Guilherme Souza, bateu de primeira na bola e marcou, aos 22 minutos do segundo tempo.
GRAMADO ENCHARCADO
Antes deste enredo, enquanto o time pontepretano mostrava-se mais adaptado ao gramado encharcado, devido às constantes chuvas em Campinas, para o Cruzeiro era tudo estranheza.
Como não conseguia fazer a bola rolar – como de hábito – a opção foi alongá-la, sem que houvesse continuidade nas jogadas.
Disso se aproveitou a Ponte para colocar em prática a sua habitual intensidade e chegar ao gol em consecutivas finalizações de seu volante Felipe Amaral.
Primeiro aos 16 minutos, da entrada da área, quando exigiu defesa difícil do goleiro Rafael Cabral, no canto esquerdo, cedendo escanteio..
Após cobrança e bate-rebate, da mesma distância, o chute de Felipe Amaral foi certeiro, no mesmo canto: Ponte 1 a 0.
CONTRA-ATAQUES
Como de uma forma ou de outra o Cruzeiro passaria a se expor, natural que a Ponte Preta fosse retrair as linhas e optar pela velocidade nos contra-ataques.
E chance para ampliar a vantagem ela teve em arrancada do atacante Fessin, que além de ter chutado a bola para fora ainda sentiu lesão muscular no lance.
Na prática, o Cruzeiro só havia exigido defesa no reflexo do goleiro Caíque França, da Ponte, em chute forte, de longa distância, aos 32 minutos.
Apesar da maior presença ofensiva dos mineiros, o gol de empate, aos 46 minutos, surgiu por descuido de marcação pontepretana, após cobrança de falta de Felipe Machado, ocasião que o zagueiro Zé Ivaldo subiu livre e testou no canto baixo direito de Caíque França.
CRUZEIRO MELHOR
No segundo tempo, quando o estado do gramado permitiu que a bola rolasse, prevaleceu a supremacia do Cruzeiro, que passou a rondar mais vezes a área pontepretana.
Isso resultou no segundo gol e substituições que provocaram ganho de qualidade, como Rafa Silva, que aos 35 minutos, em contra-ataque, ganhou na velocidade do zagueiro pontepretano Guilherme e finalizou sem chances de defesa para Caíque França.
O garoto Kaiki, que substituiu Bidu, fez a jogada que originou no quarto gol do Cruzeiro, outra vez através de Rafa Silva, aos 45 minutos.
Enquanto isso, todos reservas da Ponte Preta que entraram no jogo não acrescentaram absolutamente nada.