RUMO A DOHA, por Vicente Datolli

Agora, a expectativa volta 100% para os jogos no Catar em novembro

Acabaram-se os testes e chegou a hora da convocação final

RUMO A DOHA, por Vicente Datolli
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Quem comeu, comeu… Quem não comeu, não come mais…

Acabaram-se os testes, as experiências, as especulações (estas nem tanto, vamos ser sinceros).

O que vale, agora, é a convicção do treinador, mesmo que ele tenha prometido renovação desde 2018 e não tenha seguido a própria cartilha.

E as rezas, claro. Ou será que alguém por aí acha que os jogadores vão entrar nas divididas com a mesma disposição de agora até novembro? Ora, ora, ora…

Lembro de um grande time do Rio de Janeiro, nos anos 90, que era visivelmente mais fraco do que seus rivais. 

Estava, porém, liderando o campeonato com folgas porque seus jogadores entravam em todas as bolas como se fosse a última jogada de suas vidas.

No meio do campeonato surgiu uma viagem ao Japão – naqueles tempos dava para excursionar para realizar amistosos e ganhar uma graninha. Numa dividida, um dos jogadores contundiu-se e acabou fora da excursão, perdendo os dólares das diárias.

Faziam falta. 

A partir daquele instante o time entrou em queda (valia-se da disposição, reitero) e perdeu o campeonato onde, até ali, sobrava.

Voltando ao nosso prato principal, a Copa do Mundo no Qatar…

Desde o apito final da partida contra a Tunísia, realizada nesta terça-feira em Paris, resta a Tite e à comissão técnica pedir para que não tenhamos problemas com os possíveis convocados.

A lista de 26 nomes sai na primeira semana de novembro. Serão eles que tentarão o hexa para a seleção brasileira.

Até lá, a mídia talvez faça uma pressão – e alguém aí lembra, ou percebeu, o desabafo feito por Richarlison depois do jogo contra Gana? 

O artilheiro fez questão de dizer (seria desnecessário, mas falou) que dá a vida pela seleção quando está em campo; que sempre deixa seu gol, mas… Não conta com a simpatia de boa parte da mídia que prefere investir em outros jogadores suas opiniões favoráveis.

A que ponto chegamos, não é mesmo? Um jogador que cumpre, com louvor, suas missões, humildemente precisa recordar que, mesmo sendo o patinho feio da parada, está sempre lá. Logo ele que, até a partida contra a Tunísia tinha uma participação em gol da seleção a cada 120 minutos (marcando ou servindo).

Como escrevi, agora é torcer. Rezar. Esperar.

Novembro está chegando. Até lá, não teremos mais a seleção em campo, mas nossos jogadores sim. No Brasileiro, na Premier League, na Itália, na Espanha… 

Que todos continuem bem e cheguem tinindo. Rumo ao hexa!

Vicente Dattoli é Jornalista Esportivo há mais de 30 anos. Sua primeira Copa do Mundo como profissional de imprensa foi na Itália, em 1990, quando entrevistou Diego Maradona logo após o argentino eliminar o Brasil no Estádio Delle Alpi, que nem existe mais.

Já participou da cobertura de todos os chamados grandes eventos esportivos do planeta, incluindo Jogos Olímpicos, Mundiais de vôlei, basquete, natação, handebol, Fórmula 1, motociclismo, Fórmula Indy, etc.

Se pudesse se definir, diria, apenas, que é um apaixonado pelos Esportes.

Confira também: