Série B: Presidente do Sport diz ser "inevitável que clube vire uma SAF"
Mesmo com o Sport na Série B, após o rebaixamento no último ano, surpreende a receita do clube no primeiro semestre de 2022, quase semelhante à do último ano
"O Sport é um clube de massa. Isso nunca deve ser deixado de lado". Yuri Romão, presidente do clube, se orgulha ao detalhar sua gestão
Campinas, SP, 26 – “O Sport é um clube de massa. Isso nunca deve ser deixado de lado”. Yuri Romão, presidente do clube, se orgulha ao detalhar sua gestão. Neste último ano, o dirigente conta sobre as finanças do Sport, que apresentaram um balanço semelhante ao do último ano, mas agora na Série B do Campeonato Brasileiro. “Esse resultado é fruto de um trabalho coeso, com um propósito bem definido.”
Yuri chegou ao Sport em julho de 2021, eleito pela chapa de Leonardo Lopes, e assumiu de forma definitiva a cadeira do executivo nesta temporada. “Quando assumimos, tínhamos uma ideia de organizar o principal ativo do clube: o futebol”, disse o presidente. Sua preocupação era pagar as dívidas e formar uma equipe competitiva. O Sport é quinto na tabela e tenta voltar para a primeira divisão. Compete com Cruzeiro, Bahia, Grêmio e Vasco, os quatro primeiros colocados.
A inovação dessa gestão é que o conselho foi composto, em sua maioria, por dirigentes que nunca haviam trabalhado com futebol ou com o Sport. “Nós precisávamos resgatar o clube, trazer essa credibilidade, financeira e estrutural, de volta ao Sport“, afirma Yuri.
As dívidas e a queda para a Série B afetaram os cofres do clube. “Na Série A, recebíamos R$ 50 milhões dos contratos de transmissão de TV. Na Série B, esse valor caiu para cerca de R$ 5,6 milhões, quase 10%”, detalha o presidente. Dívidas com funcionários e atletas preocupavam a gestão de Yuri, que precisou trabalhar com novos parceiros para solucionar o problema.
Por meio de seu principal ativo do clube, sua torcida, o Sport utilizou do engajamento e visibilidade para alcançar novos patrocinadores. Entre todos os clubes brasileiros, o rubro-negro se encontra na 13ª posição de participação dos torcedores nas redes – à frente de clubes da Série A, como Botafogo, Ceará e Fortaleza.
“Nós mostramos aos nossos parceiros que temos uma massa”. Yuri conta que, mesmo na Série B, o número de patrocinadores aumentou exponencialmente, em comparação com o último ano. Além disso, a volta da torcida à Ilha do Retiro foi um alívio aos cofres. “Passamos 2021 quase inteiro sem nosso torcedor, sem a renda da bilheteria. Ter a Ilha lotada é, além de uma alegria, uma renda a mais em nosso balanço.”
Outro motivo de orgulho, Yuri detalha que, nos últimos 13 meses, todas as folhas salariais foram pagas sem atraso. “Ainda há dívidas a serem acertadas, mas não acumulamos mais neste ano”, conta. Nesse novo balanço, cerca de R$ 4 milhões foram pagos, cerca de 5% do valor total das dívidas, segundo o presidente.
SAF
O Sport tem discussões sobre a implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) desde fevereiro. “Participei de reuniões da nova liga dos clubes brasileiros (Libra), da reestruturação da Lei Pelé e conversei com diversos presidentes. A opinião é unânime: a SAF é essencial para o funcionamento do futebol brasileiro”, conta Yuri.
Estudos foram conduzidos neste ano para que o Sport colocasse no papel o plano da SAF, assim como Cruzeiro, Botafogo e Vasco fizeram no último ano. “Recebemos consultas de bancos de investimentos nos últimos meses, sobre a nossa SAF”, diz Yuri.
Ele ressalta que ainda não recebeu propostas formais, como a 777 Partners no cruzmaltino. “Estamos nos estruturando para, neste ano ou no próximo, consolidarmos esse projeto”, afirma. Yuri ressalta que, o acerto das contas é essencial para que, nos próximos meses, o Sport possa “sentar e dialogar, com qualquer investidor”.
SPORT NA SÉRIE B
Mesmo com o Sport na Série B, após o rebaixamento no último ano, surpreende a receita do clube no primeiro semestre de 2022, quase semelhante à do último ano. “Esse sucesso é fruto de uma gestão polida e dos cortes feitos no orçamento desde que assumi”, relata Yuri.
A cinco pontos do Vasco, quarto colocado e o primeiro dentro do G-4 (grupo de acesso à Série A), o Sport pode continuar na segunda divisão. Ainda sem o contrato de R$ 50 milhões das transmissões, esse cenário não preocupa o presidente. “Nossa reestruturação compreende esse momento. Não gosto de falar de hipóteses, mas o próximo ano será ainda melhor, seja na primeira ou na segunda divisão”.
Na última rodada, o Sport venceu a Chapecoense por 1 a 0. Vagner Love, um dos principais reforços da equipe nesta temporada, foi titular. Na próxima terça-feira, na Ilha do Retiro, a equipe do técnico Claudinei Oliveira enfrenta o Novorizontino.
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