Direitos de Ivan, goleiro da Ponte Preta, estão fatiados e têm penhora de R$ 3 milhões. Confira no FI!
Tiãozinho jura que Ivan é do clube, mas situações mostram algo bastante diferente
Parte dos direitos econômicos está com antigo procurador e o próprio goleiro pode ter direito nele
Campinas, SP, 6 (AFI) – A direção da Ponte Preta, em nota oficial, contrariou as declarações do presidente eleito, Marco Eberlin, ao microfone da Rádio Bandeirantes de Campinas, de que o goleiro Ivan não mais pertenceria ao clube. A alegação do atual presidente, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho do PT, é de que a Ponte Preta ainda detém 100% dos direitos econômicos do atleta.
Mas existem outros nuances envolvendo o caso, inclusive uma penhora perto de R$ 3 milhões determinada pela Justiça do Trabalho junto à CBF incidente nos direitos econômicos do atleta (Veja abaixo imagem do despacho).
Agora dá para entender porque Eberlin comentou na Bandeirantes:
“Parece que o Ivan não é mais da Ponte…”
Além disso, o direito econômico, que é o antigo passe do atleta, pode estar fatiado. Efetivamente, 15% já é de um empresário da cidade de Piracicaba, que antes era procurador do goleiro.
Outra parte poderia pertencer ao novo procurador do atleta, o empresário Fernando Garcia, mas que se resguardaria colocando seus créditos em nome do próprio Ivan ou até mesmo na Ponte Preta. Esta é uma medida permitida pela FIFA.
ENTENDA DOS DIREITOS
O direito federativo é o contrato de trabalho com o clube, que permite sua inscrição na Federação ou CBF. Isso impede que o jogador dispute a mesma competição por dois clubes ao mesmo tempo. Estes direitos sempre pertencem ao clube, durante a vigência do contrato de trabalho.
Já os direitos econômicos, se referem ao valor financeiro (Preço do Passe) atribuído ao atleta. Este direito pertence a um clube ou ao próprio jogador, obrigatoriamente, por exigência da FIFA.
MUDANÇA EM 2018
A lei dos direitos econômicos (ex-Lei do Passe) sofreu uma alteração em 2018. Desde esta data, a FIFA proíbe que terceiros (pessoas físicas ou jurídicas) que não um clube de futebol, ou o próprio atleta, detenham parte deles.
Outra mudança importante aconteceu em 2020, quando a FIFA admitiu a participação do próprio atleta nos seus direitos econômicos.
PENHORA EM CIMA
Enquanto a ‘Caixa Preta’ não é aberta, o certo é que existe uma penhora em cima de eventual transação de Ivan. O valor ajuizado é de R$ 2.994.309,84 com data de 2 de setembro de 2020. A correção, portanto, já ultrapassou o valor de R$ 3 milhões.
Este caso trabalhista se refere ao ex-zagueiro Rodrigo, revelado pela Ponte Preta, com passagens por São Paulo e Vasco entre outros, e que atuou na Macaca na temporada de 2017. O caso é defendido por dois advogados badalados de São Paulo, Filipe Souza Rino e Thiago de Souza Rino.
NOTA EQUIVOCADA
No sábado, um dia após as declarações de Marco Eberlin à Rádio Bandeirantes de Campinas, a direção da Ponte Preta postou em seu site oficial uma nota de esclarecimento, mas com alguns equívocos.
A nota confunde direitos econômicos com direitos federativos. Ressalta ainda que qualquer transação é aprovada pelos Conselhos Fiscal e Deliberativo, que há muito tempo são considerados omissos. Tanto que o próprio Marco Eberlin está tentando promover uma auditoria independente para auferir a real situação financeira do clube.
Por fim, a mesma nota oficial, promete repassar todas as informações ao presidente eleito e sua diretoria. Tomara que não cometa enganos.