Fifa aposta em Copa do Mundo a cada dois anos e avança com novo projeto
Medida, apoiada por jogadores e treinadores, irá impactar calendário mundial e atratividade do torneio
Torneio mais importante do mundo
Campinas, SP, 21 (AFI) – Com a participação de seleções tradicionais, grandes craques e lances históricos, a Copa do Mundo é conhecida por ser um dos eventos mais importantes do esporte mundial. Apesar do sucesso apresentado pelo modelo atual, a Fifa aposta em uma nova fórmula de realização da competição, com um Mundial a cada dois anos. Será que a aposta pode dar certo?
Uma pesquisa das instituições IRIS e YouGov, realizada neste ano, mostrou que a maior parte dos torcedores apoiam a ideia de que a Copa do Mundo ocorra com maior frequência. Requerida pela Fifa, a enquete faz parte de um estudo sobre a possibilidade de efetuar as mudanças na competição, e contou com a participação de 23 mil pessoas, de 23 países distintos.
O que pensam jogadores, cartolas e treinadores?
Desde que a discussão para a alteração se iniciou, a decisão gerou debates e controvérsias no meio do futebol. Em entrevista ao jornal “The Times”, o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, se posicionou de forma contrária à nova fórmula. Contudo, figuras importantes como Pep Guardiola, treinador do Manchester City, apostam na mudança. De acordo com a Manchester Evening News, o espanhol afirmou que “seria bom e não se pode criminalizar esse tipo de ideias”.
O ex-atacante Ronaldo “Fenômeno” esteve em uma reunião organizada pela Fifa recentemente, e se posicionou a favor da novidade em suas redes sociais. “”O formato atual tem quase 100 anos e uma Copa do Mundo da Fifa a cada dois anos seria uma grande oportunidade para evoluirmos”, escreveu R9, em publicação no Instagram.
Fifa afirma que não há interesses econômicos no novo formato
O responsável por coordenar a proposta é Arsene Wenger, ex-técnico do Arsenal e atual Diretor de Desenvolvimento de Futebol na Fifa. O francês aposta no projeto e afirmou, em entrevista ao jornal “L’Équipe”, que as propostas trabalhadas até o momento não possuem motivações financeiras, mas buscam aumentar a qualidade dos jogos e a periodicidade das competições.
Além das especulações sobre os interesses da entidade, outro aspecto debatido no universo futebolístico é a possível perda na atratividade da Copa do Mundo, já que o intervalo entre os torneios seria menor. De acordo com a Fifa, a última edição do torneio, sediado na Rússia, atingiu mais de 3,5 bilhões de telespectadores, um recorde na história da competição.
Novo Calendário
A realização do Mundial a cada dois anos impactaria de forma significativa na organização dos torneios de seleções e campeonatos de clubes ao redor do mundo. Segundo o plano apresentado, os atletas teriam férias de julho a agosto, mas não há previsão de ajustes em países com competições realizadas de janeiro a dezembro, como ocorre no Brasil.
Mesmo com o novo calendário já elaborado, há resistência para que o projeto seja viabilizado. O FifPro, sindicato mundial de jogadores de futebol, criticou a proposta e exigiu a diminuição da carga de trabalho dos atletas.
Em comunicado, a organização manifestou que: “Sem a concordância dos jogadores, que dão vida a todas as competições em campo, essas reformas não terão a legitimidade necessária. O debate atual, mais uma vez, segue um processo e uma abordagem falhos.”
A Copa de 2022 será sediada pelo Catar, e a de 2026 ocorrerá, pela primeira vez na história, em três países – Canadá, Estados Unidos e México. O novo cronograma, formulado pela Fifa, é válido a partir de 2026. Dessa forma, existe a chance de termos outra edição do mundial já em 2028.
A Copa vai “perder a graça”?
Muita gente defende que a Copa do Mundo é o evento esportivo mais importante do esporte do planeta porque demora quatro anos para acontecer, e aposta que a mudança para apenas dois anos irá banalizar a competição. E você, compraria o álbum de figurinhas da Copa do Mundo se ela se tornasse tão comum? Vale a aposta?
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