Governo agenda consulta pública por nova concessão do Maracanã, que pode ter participação do Vasco
"O presidente Jorge Salgado determinou a criação de um grupo de trabalho para estudar o edital", confirmou o vice-presidente geral
A nova concessão será de 20 anos e exige, entre outras coisas, 70 datas das principais competições do país
Rio de Janeiro, RJ, 07 (AFI) – O Governo do Estado do Rio de Janeiro agendou para 27 de outubro uma audiência pública para sugestões sobre a nova concessão do Maracanã. Além de Flamengo e Fluminense, que são os atuais adiministradores provisórios, o Vasco confirmou que tem interesse no acordo e montou um grupo de trabalho. A nova concessão será de 20 anos e exige, entre outras coisas, 70 datas das principais competições do país por ano.
“O presidente Jorge Salgado determinou a criação de um grupo de trabalho para estudar o edital, com representante das áreas jurídica, financeira, marketing e projetos especiais. O clube vai se debruçar. Vamos também conversar com os demais clubes do Rio. O Maracanã é um equipamento público, pertence ao povo do Estado do Rio de Janeiro”, afirmou o vice-presidente geral Carlos Roberto Osório.
‘CASA DA TORCIDA DO VASCO’
A ideia do Vasco é usar o Maracanã em jogos mais importantes, como complemento de São Januário. Outra possibilidade é no caso de reforma do Caldeirão.
“O Vasco enxerga o Maracanã como uma praça estratégica. O Vasco entende que o Maracanã, em conjunto com São Januário, poderá proporcionar um mix ideal para mandar os seus jogos. A torcida do Vasco gosta do Maracanã, e o Maracanã é a casa da torcida do Vasco. Nós queremos estar de volta participando desta licitação”, completou Osório.
EDITAL
O edital de concessão está em fase final de modelagem pelo governo do Estado do Rio, dono do palco de duas finais de Copa do Mundo, e irà consulta pública em outubro. A previsão é publicar o edital em novembro. O leilão para selecionar o novo operador, que poderá ter clubes de futebol como sócios, poderá ser no início de 2022.
Em 2013, o Consórcio Maracanã, liderado pela Odebrecht, venceu a licitação que previa a exploração de todo o complexo esportivo pelo prazo de 35 anos. Mudanças no escopo do contrato, porém, levaram o acordo a resultar em sucessivos déficits milionários. A empresa tentou por anos rever o acordo, até que em março de 2019 o então governador do Estado, Wilson Witzel (que acabaria afastado em processo de impeachment), anulou a concessão.
FOCO NO ESPORTE
A modelagem do novo projeto pretende sanar os desequilíbrios econômicos que minaram a tentativa anterior. A ideia é fazer uma concessão com foco primordial no uso esportivo do estádio. Ficarão fora, portanto, obras caras para construção de estacionamento, shopping center e áreas de lazer, como chegou a ser prevista em 2013 para transformar o Maracanã num complexo de entretenimento e não apenas palco de futebol.
Agora, o novo edital deverá prever obrigatoriamente a realização 70 jogos por ano no Maracanã e fixará valores, ainda não definidos, para alugar o estádio para clubes mandantes – como ocorre no atual acordo temporário. O edital também permitirá o aluguel para clubes mandantes de fora do Rio ou para entidades.
O foco no uso esportivo incluirá na concessão apenas o Maracanã e o Maracanãzinho. O campo de futebol poderá receber no máximo “dois ou três” eventos não esportivos, como shows, por ano. A remuneração do Estado se dará por meio de uma taxa fixa anual e uma taxa variável, cobrada como porcentual das receitas.