Com saída de Alison, Santos perde mais de meio time que foi vice na Libertadores
Alison foi o último a se despedir do clube, na sexta-feira, encerrando uma passagem de 17 anos pela Vila Belmiro
O jogador de 28 anos foi reforçar o Al-Hazem, da Arábia Saudita. Como os demais atletas, ainda tinha contrato com o clube paulista, no caso até o fim de 2022
Santos, SP, 18 – Com as recentes saídas do volante Alison e do atacante Kaio Jorge, o Santos ampliou a desconstrução da equipe que foi vice-campeã da última Copa Libertadores. O time paulista já perdeu seis jogadores – ou mais de meio time – titulares que enfrentaram o Palmeiras naquela final, disputada em 30 de janeiro deste ano.
Alison foi o último a se despedir do clube, na sexta-feira, encerrando uma passagem de 17 anos pela Vila Belmiro. O jogador de 28 anos foi reforçar o Al-Hazem, da Arábia Saudita. Como os demais atletas, ainda tinha contrato com o clube paulista, no caso até o fim de 2022. Nesta terça, Kaio Jorge foi oficializado pela Juventus, embora o acerto já fosse conhecido desde o início do mês.
Daquela final paulista da Libertadores, já foram embora também a zaga titular, formada por Lucas Veríssimo e Luan Peres, o volante Diego Pituca e o atacante Soteldo. Assim, dos três atacantes titulares usados por Cuca, então técnico do Santos naquela decisão, dois já deixaram o clube. Marinho, o terceiro elemento, está machucado.
“O time estava acostumado a jogar com Kaio Jorge e Marinho na frente. E aí você muda as peças e vai mudando o jeito de jogar. Os movimentos de ataque estavam bem alinhavados, a gente tinha uma fluência no ataque, acontecia de uma maneira mais natural. Agora tudo é um pouco de tempo de adaptação”, lamenta Fernando Diniz, atual treinador santista.
No caso do meio-campo, o técnico já precisou mostrar esse poder de adaptação para reconstruir o setor. E não somente porque Alison e Pituca foram embora. Sandry, o outro meio-campista escalado como titular naquela final, sofreu uma grave lesão semanas depois. Em compensação, a torcida santista pôde respirar aliviada recentemente com o retorno de Carlos Sánchez, maior desfalque santista na reta final daquela Libertadores, também por lesão.
Na prática, Diniz hoje só pode contar com dois jogadores que foram titulares naquela derrota por 1 a 0: os laterais Pará e Felipe Jonatan. Curiosamente, ambos não vivem boa fase no time.
A debandada dos vice-campeões da Libertadores começou logo após a final. Lucas Veríssimo e Pituca foram os primeiros a se despedir por conta de boas ofertas de fora do País. O zagueiro reforçou o Benfica, enquanto o volante passou a atuar pelo Kashima Antlers, do Japão. Soteldo deixou o clube brasileiro em abril para vestir a camisa do Toronto, do Canadá, que disputa a MLS, nos Estados Unidos.
SAÍDAS
O zagueiro Luan Peres já deixou o Santos durante o Brasileirão, em julho. Foi defender o Olympique de Marselha, na França. Em comum com as demais despedidas, a transferência do jogador trouxe alívio para as contas do Santos e preocupação para a comissão técnica.
As vendas de Luan Peres e de Soteldo tiveram importância extra para o orçamento do clube porque ajudaram a saldar dívidas antigas. No caso do venezuelano, a saída permitiu ao Santos resolver o imbróglio com o Huachipato, clube chileno com o qual tinha dívidas, e escapar da punição aplicada pela Fifa que impedia o time da Vila de fazer contratações.
O dinheiro que entrou pela negociação de Luan Peres abriu caminho para o Santos resolver a dívida com o russo Krasnodar pela contratação do meia Cueva. O clube precisava pagar à empresa Doyen Sports, que havia emprestado R$ 42 milhões ao clube brasileiro. Era preciso quitar a última parcela do empréstimo.
“Eu precisava de dinheiro para resolver a Doyen e o Krasnodar, com quem eu fiz um acordo e tenho de pagar 1 milhão de dólares no dia 30 de julho para honrar o acordo. E não cai do céu. Óbvio que tenho de vender o jogador. A proposta que veio foi só aquela do Luan Peres. Não teve outra. Óbvio que eu não queria, mas foi uma necessidade”, explicou o presidente do clube, Andres Rueda, em entrevista ao GE na época.
Felipe Rosa Mendes