Jogador é chamado de "macaco" e abandona jogo da Série D

Cristiano não voltou para o jogo após sofrer a ofensa racial

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Cristiano abandonou o jogo após ser chamado de "macaco"

Venda Nova do Imigrante, ES, 15 (AFI) – O bom jogo entre Rio Branco-ES e Águia Negra-MS na tarde deste domingo, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série D, foi ofuscado por mais um caso lamentável de racismo.

Ainda no primeiro tempo, o zagueiro Cristiano foi chamado de “macaco” por pessoas que acompanhavam a partida nos muros do Estádio Olímpio Perim, em Venda Nova do Imigrante.

A partida ficou paralisada por 15 minutos porque os jogadores do Águia Negra-MS foram para o vestiário. O único que não voltou foi Cristiano, que deu lugar para Henrique.

“Sobre o acontecido no primeiro tempo do jogo em que o jogador do Águia Negra relatou ter sofrido um ato racista por parte de um torcedor que estava do lado de fora do estádio o Rio Branco FC manifesta que é totalmente contra quaisquer ato racista! E que junto com a polícia já tomou as devidas providências!”, postou o Rio Branco em suas redes sociais.

O QUE FOI RELATADO
Na súmula da partida, o árbitro gaúcho Jonathan Giovanella Vivian relatou da seguinte forma o que aconteceu durante a partida:

“… Após este momento, o jogador número 15 relata à arbitragem que os torcedores presentes em caminhões estacionados fora do estádio, atrás do muro de uma das metas, o ofenderam com a seguinte fala racista: “professor, me chamaram de macaco”.

Neste momento o policiamento se deslocou para fora do estádio para resolver a situação. Aproveito para informar que durante a paralisação a equipe do e.c. águia negra se dirigiu ao seu vestiário dizendo que não retornaria para a partida, porém, retornaram após conversa interna no ambiente do vestiário.

O jogador supostamente ofendido solicitou e foi substituído alegando que não tinha condições de permanecer no jogo. Após 15 minutos de paralisação, com o retorno do policiamento e da equipe e.c. águia negra, eu reiniciei o jogo que transcorreu normamente até o final.

Informo que não foi possível identificar o indivíduo que supostamente praticou o ato racista conforme relatado. Até o fechamento da súmula nada diferente do relatado foi informado”.