O craque

Como o futebol é surpreendente, a cada ano, mês, dia, minutos vamos aprendendo e descobrindo novas histórias. O local é Sobradinho, vilarejo ainda a ser descoberto pela civilização no sertão do Centro-Oeste brasileiro, lugar onde vivem branco e indígenas. A data precisa não foi revelada, até porque que me contou não tinha certeza se tudo era verdade.

Como o futebol é surpreendente, a cada ano, mês, dia, minutos vamos aprendendo e descobrindo novas histórias. O local é Sobradinho, vilarejo ainda a ser descoberto pela civilização no sertão do Centro-Oeste brasileiro, lugar onde vivem branco e indígenas. A data precisa não foi revelada, até porque que me contou não tinha certeza se tudo era verdade.

No mundo “futebolizado” que vivemos, nem na pacada Sobradinho a situação poderia ser diferente. Uma bola e um pedaço de terreno onde diariamente as crianças corriam jogando futebol era tudo o que se precisava para nascer mais uma história do rico futebol brasileiro.

O personagem principal é um pequeno índio da tribo Xingu, que por necessidade de ter uma vida melhor ou mesmo fugir das maldades dos homens brancos, acabaram se deslocando para aquele local, já se fazia alguns anos.

O pequeno ‘Folha Verde’ ficava todo dia a beira daquele campinho vendo as demais crianças correndo atrás daquela bola, sem ao certo saber o que estava acontecendo, sorria quando havia um choque entre os garotos ou mesmo um gol. O tempo se passou, mas ninguém o chamou para jogar.

Num certo dia já maravilhado com tudo aquilo resolveu também bater a sua bolinha. Longe daquele vilarejo em meio a mata, ‘Folha Verde’ abriu uma clareira com o seu machadinho feito com uma pedra amarrada com cipó na ponta de um pedaço de pau. Ali todos os dias sozinho corria atrás da sua bola improvisada por uma porunga seca que apesar de ser um pouco dura, não era problema para o pequeno índio que tinha um pé previlegiado.

Para não ser o único jogador, o índiozinho colou alguns troncos de árvores espanhados em meio ao campinho, onde ficava correndo em volta dos mesmos como se fossem seus adversários.

O tempo foi passando e as demais crianças acharam estranho, porque o índiozinho não ficava mais a beira do campinho os vendo jogar futebol, por isso resolveram seguí-lo num certo dia.

Ao descobrirem o campinho de futebol do índiozinho e o jeito com que batinha a sua bolinha, ficaram surpresos e ao mesmo tempo com inveja do pobre ‘Folha Verde’. Quando o índiozinho foi embora para a sua oca, os garotos resolverem acabar com o campinho e os bonecos que o indiozinho tinha feito.

No outro dia quando chegou no seu reduto futebolístico, seu mundo foi aos prantos ao ver tudo destruído. Então resolveu voltar para a sua oca, onde confessou a seus pais a sua tristeza. Solidários ao filho e indignados pela atitude daqueles garotos, a família de resolveu ir embora daquele local e se
mudar para mais dentro da mata, onde com o tempo ‘Folha Verde’ construiu um novo campinho, mas não tinha mais como adversários ou companheiros de pelada troncos de árvores, mas sim simpáticos macacos que aos poucos foram se familiarizando com o índiozinho e tornando seus verdadeiros amigos.