Pelé dá bola fora!

Trabalhei no rádio de São Paulo quando na capital paulista trabalhavam os grandes nomes da imprensa esportiva. Muita embora estivesse muito distante deles, sinto orgulho em dizer que atuei no radio paulistano num período de ouro.

Trabalhei no rádio de São Paulo quando na capital paulista trabalhavam os grandes nomes da imprensa esportiva. Muita embora estivesse muito distante deles, sinto orgulho em dizer que atuei no radio paulistano num período de ouro. Osmar Santos, Pedro Luiz, José Silvério, Joseval Peixoto, Ávila Machado, Alfredo Orlando, Marco Antonio Mattos, Juarez Soares, Roberto Silva, Milton Neves, Fiori Gigliotti, Flavio Araújo e tantos outros, que faziam parte e alguns fazem até hoje, do seleto quadro de jornalistas esportivos do Brasil.

Se hoje voltasse a trabalhar na capital paulista confesso que não teria a mesma emoção do passado. Fiz esta pequena introdução porque tenho visto as equipes menores do campeonato paulista, tanto na A1, quando na A2 fazerem verdadeiras festas quando conseguem vencer as equipes de Ponte e Guarani. O nome e a tradição das nossas equipes de Campinas são tão fortes que embora hoje estejam muito distante do que foram no passado, continuam sendo visadas pelos adversários. Ponte e Guarani estão muito longe do que já foram e ainda podem ser, no entanto suas camisas continuam impondo respeito aos adversários.

Respeito não é sinônimo de medo. Mas a comemoração dos adversários que se vê nas derrotas bugrinas e pontepretanas evidencia o conhecimento da história dos grandes times que já tivemos. Os adversários fazem festa porque não sabem de quem estão ganhando, ou pensam que estão vencendo os consagrados nomes que passaram por Ponte e Guarani.

Em contrapartida nós, de Campinas, sabemos muito bem quem eles estão vencendo. Só por este aspecto nossos dirigentes deveriam se esmerar um pouco mais nas contratações. Sei que não há dinheiro em alguns casos. Mas mesmo assim tenho certeza que seria possível se contratar melhor, com o que está se pagando. Meu amigo e diretor geral da Rádio Central Jair Duprá disse-me a pouco, na sala de esportes que ” saudade é a presença do ausente”.

Profunda a frase, principalmente dita por um corintiano entristecido, como ele mesmo se declara. Também acho que saudade é privilégio de quem já foi feliz. Tanto a frase dele, quanto a minha, são bem apropriadas para o futebol de Campinas. Pra finalizar a coluna queria manifestar minha tristeza com relação ao trabalho que Pelé, ou melhor, Edson Arantes do Nascimento vai realizar no Paulista de Jundiaí com os jovens valores que venham a se destacar neste consorcio de exportação de jogadores talentosos para a Europa.

Não sei bem como será feito este esquema, mas diante mão gostaria de ver o Sr. Edson fazendo alguma que ajudasse o futebol brasileiro a manter seus jogadores no país e não tirá-los daqui! Outro detalhe que me parece ser imoral é que o Sr. Edson está se beneficiando de uma lei que ele próprio criou quando era Ministro dos Esportes e que deixou muitos clubes à beira da falência, a Lei Pelé.
Ah! Seo Edson, que saudades do Pelé, com a bola nos pés!

Um abraço e boa sorte!