Ponte Preta não mudou nada, apesar da vitória de virada
Um presente do atacante Moisés à coletividade no niver de 121 anos
A luz da verdade, este jogo merece avaliação como se tivesse terminando empatado
Ponte Preta foi aos trancos barrancos. Foi mais uma vez com aperto no coração do pontepretano. Foi com o transtornado treinador Gilson Kleina gritando ‘acabou, acabou’, quando faltava um minuto e meio para o fim do jogo. Foi, enfim, um presente do atacante Moisés à coletividade da Ponte Preta, a vitória de virada por 2 a 1 sobre o limitadíssimo Londrina, e conquistada aos 47 minutos do segundo tempo.
Há quem analisa futebol alicerçado em resultado, justamente para massagear o ego daquele fanático torcedor que vibra com a vitória de sua equipe.
A luz da verdade, o jogo da noite desta quarta-feira, em Campinas, merece avaliação como se a Ponte Preta tivesse empatado por 1 a 1.
Permanecesse esse placar, sobrariam ‘cintadas’ para a boleirada pontepretana, que não melhorou um milímetro em relação às últimas atuações.
Como o blog pauta pela lógica de que ‘o que é, é; o que não é, não é; o contexto da avaliação é que o futebol da Ponte Preta não passa da mesmice.
SÓ MOISÉS
Meio de campo que não cria. Avanços de laterais que não resultam em nada de prático. Saída de Richard e entrada de Niltinho representa troca de seis por meia dúzia.
Assim, a dependência exclusiva da individualidade do atacante Moisés nem sempre dá certo.
Desta vez deu, pois ele foi o construtor das duas jogadas de gols da equipe.
A primeira, aos 38 minutos do primeiro tempo, quando finalizou e o lateral-esquerdo Felipe Vieira, do Londrina, marcou contra. A segunda, quando o jogo havia se transformado em ‘bumba meu boi’, com a Ponte alçando bola à área adversária, e Rodrigão escorou para que ele se livrasse de um adversário, já dentro da área, e chutasse cruzado, de pé esquerdo, aos 48 minutos do segundo tempo.
POBRE LONDRINA
Se diante da pobreza técnica do time do Londrina, a Ponte conseguiu ter apenas 45% de posse de bola até a metade do segundo tempo, como projetar que vai reagir na sequência desta Série B do Campeonato Brasileiro?
Paradoxalmente, o domínio da partida durante os 25 minutos do segundo tempo foi do Londrina, que ganhava quase todos os rebotes na faixa central do gramado, tentava se organizar ofensivamente, mas aí faltava qualidade, como no lance em que o atacante Thiago Orobó ganhou na velocidade do zagueiro Cleylton, mas chutou a bola justamente no canto esquerdo fechado pelo goleiro Ivan, que havia deixado aberto o canto oposto, aos 19 minutos.
No segundo tempo, a Ponte só havia chegada à área do Londrina em cruzamento rasteiro do lateral-direito Kevin, quando a bola percorreu toda extensão, sem que um companheiro dele aparecesse para conferir, aos 27 minutos.
Quatro minutos depois, com sequência de bola cruzada à área do Londrina, Rodrigão tentou girar, mas o chute não teve direção.
Convenhamos que foi muito pouco para quem não criou durante o primeiro tempo, exceto a jogada de empate trabalhada por Moisés.
SAFIRA
Já o Londrina saiu à frente do placar pela fragilidade de marcação do lado direito da defesa pontepretana.
Com Kevin adiantado e sem cobertura de volantes, coube ao zagueiro Fábio Sanches disputar e perder na corrida para Marcelinho, que chutou cruzado.
Aí, atribui-se falha do goleiro Ivan, ao rebater a bola para o campo de jogo, que se ofereceu ao atacante Safira, livre, para completar, aos 29 minutos.
MARCELINHO
A rigor, com o desgaste físico de Marcelinho – o jogador diferenciado do Londrina – o time teve perda ao ser substituído pelo fraco Orobó.
Aí, o time paranaense perdeu a mínima condição de organizar jogadas.
Outras trocas foram feitas no já cansado time paranaense, que naturalmente abdicou de buscar o ataque e optou por se resguardar, com finalidade de sustentar o empate.
Foi quando a Ponte ficou alçando bola à área adversária, pra ver aquilo que pudesse acontecer.
E na maioria das vezes o time londrinense rebatia a bola para qualquer lado.
Assim, ainda sem luz no fim do túnel, cabe à Ponte Preta arriscar recuperação aos trancos e barrancos nesta Série B.