Paranaense: 14 pessoas serão denunciadas por briga no clássico Atletiba
O julgamento para definir as punições deve acontecer nas próximas duas semanas a partir desta sexta (10)
O TJD-PR vai denunciar 14 pessoas envolvidas na briga no clássico Atletiba, pela sétima rodada do Campeonato Pranaense
Curitiba, PR, 10 (AFI) – O Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) vai denunciar 14 pessoas envolvidas na confusão generalizada no clássico Atletiba, no último dia 5 de fevereiro, pela sétima rodada do Campeonato Paranaense. A denúncia será protocolada ainda nesta sexta-feira (10).
ACUSADOS DO ATLETIBA
Serão incluídos na acusação os 8 jogadores expulsos do Atletiba, o presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, além do presidente, 2 dirigentes e o técnico do Coritiba, António Oliveira. Até o árbitro José Mendonça da Silva Júnior, que só relatou a confusão após o apito final, será denunciado.
O Furacão também será julgado pelas ocorrência relatadas na súmula do árbitro José Mendonça da Silva Júnior, como invasão de campo e arremesso de líquidos na Arena da Baixada.
Oito atletas foram citados no documento do árbitro após a partida: Thiago Heleno, Pedro Henrique, Christian, Pedrinho e Terans, do Athletico; Fabrício Daniel, Alef Manga e Márcio Silva, pelo lado do Coritiba.
Eles serão indiciados pela Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) no artigo 137 do Código Penal. O órgão, em reunião nesta sexta-feira, discutiu as possibilidades de ação neste caso e confirmou que irá efetuar a denúncia.
Caso um juizado especial acate a denúncia, os atletas em questão podem receber uma pena de 15 dias a dois meses, ou multa. Dessa forma, perderiam seu réu primário. “Estávamos presente (Demafe) na Arena da Baixada, mas não presenciamos a gravidade das ações no momento que ocorreram”, conta o delegado, ao Estadão. “Com a repercussão das cenas nas redes sociais, estudamos as ações que poderiam ser tomadas na sequência.”
O artigo 137, no qual os oito jogadores serão denunciados, trata da “participação em rixa, salvo para separar os contendores”. No Código Penal, a pena de reclusão é prevista de forma automática caso haja morte ou lesão corporal de natureza grave. “Os jogadores têm de ser responsabilizados, não estão acima de qualquer lei. Não há espaço para a violência no futebol, muito menos na sociedade. Ele têm que se conscientizar do papel e da importância social que cumprem como atleta, ao influenciar milhões de pessoas com suas ações”, afirma Oliveira, ao tratar dos motivos que levou o órgão à denúncia.
RELEMBRE O CASO
No último domingo, o árbitro da partida, José Mendonça da Silva Júnior, precisou recorrer às imagens da transmissão do jogo para punir os envolvidos na confusão generalizada que tomou conta do gramado do Atletiba. Como o Campeonato Paranaense não utiliza o recurso do VAR, as expulsões foram registradas na súmula após Mendonça e a equipe de arbitragem analisarem as imagens da TV depois do apito final.
A pancadaria começou nos acréscimos do segundo tempo, quando o jogo estava empatado por 1 a 1, com um desentendimento entre Marcio Silva e Terans – alvos da denúncia do Demafe -, que trocaram empurrões. “Com a bola fora de jogo, este atleta (Marcio) passa a mão na nuca do seu adversário de número 10 (Miguel David Terans Perez) de forma provocativa e isso desencadeia um desentendimento entre ambos. Ato contínuo desfere um tapa atingindo-o na nuca. Relato que não foi possível apresentar o cartão vermelho devido a animosidade do momento”, escreveu o árbitro na súmula, ao justificar a expulsão de Marcio Silva. Depois desta cena, com o clima tenso e quente, não houve mais jogo.
A súmula também identificou agressões de Pedro Henrique, Christian e Pedrinho contra Alef Manga. Outro jogador punido foi Fabrício Daniel, do Coritiba, que trocou socos com Pedro Henrique quando o tumulto generalizado foi retomado. O treinador Paulo Turra foi expulso por reclamar da arbitragem, e António Oliveira, por colocar o dedo em riste e dizer ao árbitro: “Isso é tudo culpa de vocês, os erros de vocês causaram tudo isso”, conforme relatado na súmula. Apenas os jogadores receberão denúncia do Demafe.
“Informo que suspendi a partida após consultar o chefe do policiamento e este me informar que não havia garantia de segurança para a continuidade. Capitão da Polícia Militar do Estado do Paraná, Sr. Erlinton José Medeiros de Barros (Capitão Barros). Após essa informação, comuniquei aos capitães de ambas as equipes que a partida estava suspensa por falta de segurança. Ressalto que o início da confusão generalizada ocorreu aos 51 minutos e 50 do segundo tempo e a partida se encerraria aos 52 minutos, conforme os acréscimos de 7. Comunico ainda que utilizei as imagens da transmissão para identificar os infratores”, escreveu o juiz.
O Atletiba do último domingo já contava com torcida única do Athletico-PR, mandante da partida, por causa de violência prévia entre os torcedores das equipes no clássico do último ano, também válido pelo Campeonato Paranaense. Ao início da confusão, torcedores do Athletico, presentes no estádio, também foram vistos em campo.
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